terça-feira, 17 de abril de 2012

Super-modelos, os ínvios caminhos do glamour


Modelo dos anos 70 posa com smoking feminino YSL
 Na década de 40, quando surgiram as primeiras agências de modelos, a fotografia de moda não era ainda uma disciplina e muito menos uma profissão socialmente reconhecida. Homens como Erwin Blumenfeld ou Man Ray tinham feito importantes experiências, mas as revistas da especialidade hesitavam em substituir as ilustrações por fotografias de mulheres reais usando roupas reais. O primeiro passo foi dado em 1932 pela Vogue, mas o escasso prestígio da fotografia (de moda ou de qualquer outra área) não lhe conferia glamour compatível com as ambições dos costureiros. Só no pós IIª Guerra Mundial é que a indústria da moda - nomeadamente a Casa Chanel e Elsa Schiaparelli - se rendeu às possibilidades da linguagem fotográfica. Se, mais do que nunca, importava vender roupa a mulheres trabalhadoras que queriam parecer tão bem no trabalho como na vida privada, então havia que mostrá-la de forma mais realista e próxima, sem, no entanto, abdicar da sedução.
   Foi na década de 50 que as modelos de alta costura começaram a ser encaradas como profissionais com um savoir faire específico e sobretudo como mulheres respeitáveis, sem qualquer relação com acompanhantes e go-go girls, como durante muito tempo se pensara - em parte, a responsabilidade por este equívoco pertence a Christian Dior que, alegadamente por questões de poupança, recorria a raparigas dos bordéis de Paris para mostrar as suas criações...



                                Algumas das super-modelos dos anos 80 no videoclip de Freedoom



O papel de pioneiras coube à francesa Bettina Graziani e às irmãs norte-americanas Suzy e Dorian Parker. De seu verdadeiro nome Simone Bodin (nasceu em Laval em 1925), Bettina trabalhou para Jacques Costet, Lucien Lelong, Dior e Jacques Fath (que a tornou o rosto do perfume Canasta, lançado em 1950). Foi, no entanto, Hubert de Givenchy, que fundou a sua maison de couture em 1952, que fez de Bettina a primeira estrela da sua profissão. A modelo francesa não foi só "cabeça de cartaz" das suas coleções como apresentou uma blusa branca, de gola subida que tinha o seu nome, "Bettina Blouse". Pela mesma época, mas em Nova Iorque, eram as irmãs Parker quem dava cartas. Dorian Leigh Parker (nascida em Long Island, em 1925) e Suzy (nascida em 1932) foram retratadas por grandes fotógrafos como Irving Penn, Richard Avedon e Horst, o que as catapultou para uma carreira no mundo da moda e da beleza. Dorian foi uma das modelos preferidas da Casa Dior e Suzy fez campanhas para a Revlon, foi uma das caras do mítico perfume Chanel nº5 e "namorou" com Hollywood em pelo menos três filmes: Funny Face, com Fred Astaire e Audrey Hepburn, Kiss Them for Me e Ten North Frederick, ambos com Cary Grant.


                 Kate Moss muito sensual num videoclip dos White Stripes dirigido por Sofia Coppola

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