segunda-feira, 2 de abril de 2012

Soutien, a nobre origem de um capricho



Sofia Loren fotografada para o calendário Pirelli
Eva Herzigova fotografada para a campanha
publicitária do wonderbra


Segundo rezam os historiadores da moda, o primeiro modelo de soutien terá surgido por  volta  de 1912, embora só se tenham imposto realmente na década seguinte, quando as garçonnes se tornaram rainhas do "animatographo"... Nasceu da necessidade de libertar  o busto feminino, sentida desde as últimas décadas do século XIX, quando vários médicos começaram a associar algumas doenças de foro psiquiátrico (nomeadamente a histeria)  com o uso continuado de acessório tão antipático. Até Oscar Wilde refletiu sobre o assunto: "Desde o século XVI até aos nossos dias - escreveu - poucas foram as formas de torturas que não foram infligidas às raparigas, e suportadas pelas mulheres, em nome dos ditames impostos por uma moda monstruosa e irrazoável". 

Esta mentalidade fez o seu caminho auxiliada pelas sufragista, que rapidamente viram na indumentária um símbolo da situação e condição das suas contemporâneas. Substituir o espartilho foi um conquista social tão importante como o direito ao voto, que o Parlamento inglês atribuiu às suas cidadãs maiores de 30 anos, imediatamente após o final da Grande Guerra.
Senhora da poesia da intimidade e do erotismo, Dorothy Parker declarou: "A brevidade é a alma da lingerie. Desta forma aparentemente ligeira, resumiu igualmente o espírito dos anos em que viveu a juventude, o período entre as duas guerras, quando os soutiens assumiram os modelos mais leves da sua já considerável História. Confeccionados em algodão ou tule serviam, antes de mais, para ajustar o peito, dissimulando-o e conferindo à silhueta feminina uma androgenia então muito em voga. Os grandes costureiros parisienses - Paul Poiret e Mademoiselle Chanel - glosaram alegremente o tema. O cinema acompanhou-os.

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